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26 março 2014

Resenha Mermaid de Carolyn Turgeon

 Bom gente esse é primeiro post do blog e eu resolvi começar fazendo uma resenha de um livro que fala sobre sereias talvez minha criatura e figura favorita. A Sereia. Desde criança sou apaixonada pela Arial, a Pequena sereia da Disney. Ela é simplesmente fantástica! E como toda criança eu tinha uma imaginação fértil, fingia que era sereia, queria ter um Linguado (o peixe que é amigo da Ariel de pelúcia), queria ser ruiva e queria ter uma calda. Bem eu comprei um Linguado de pelúcia, pintei meu cabelo de ruivo há pouco tempo, mas infelizmente ainda não tenho uma calda. Mas continua amando sereias, já li artigos, textos e livros sobre elas. E é claro procurei pelo conto original.

Há muito tempo li o conto, não sei se o original mesmo, mas era de um livro sobre contos de fadas. É claro que é bem diferente pela história da Disney, mas gostei do conto. Gostei de uma maneira estranha por que para mim eu não via aquela sereia ruiva ali. Eu não conseguia imaginar aquela jovem aventureira, via só uma menina ingênua e apaixonada, ambas bonitas e puras, mas opostas. Não eram o mesmo personagem para mim.

Um tempo depois, enquanto eu andava na livraria me deparei com um lindo livro com uma capa linda e com uma sereia igualmente linda nela chamado Mermaid. Peguei o livro sem pensar e fui para o caixa com minha mãe. Na verdade eu nem tinha lido a sinopse direito, a frase “Uma reviravolta no conto original” já bastava.

E então eu li, bem rápido eu diria. E por pelo menos metade, talvez um pouco mais eu simplesmente não conseguia desgrudar do livro. Ele era bem parecido com o conto que eu tinha lido, embora a autora tivesse colocado algumas questões novas como a guerra entre o Norte e o Sul.

Ao contrário da história da Disney, a sereia agora tem uma rival. Esta rival também aparecia no conto mas no livro ganha mais destaque. Tanto destaque que o livro é narrado meio a meio pelo ponto de vista da sereia e desta rival, uma princesa.
A sereia chama-se Lenia e como todas as sereias ao atingirem certa idade tem o direito e a oportunidade de irem pela primeira vez até a superfície, onde ela presencia uma terrível tempestade que destrói um navio e mata todos os homens que nele estavam. O único sobrevivente é o Príncipe do Sul salvo por Lenia que o leva até a terra.

Em terra havia um convento onde estava escondida Margrethe, a Princesa do Norte. E esta vê a sereia carregando consigo um homem desacordado. Ela vai até eles na praia e encontra o príncipe ainda vivo. Margrethe vai buscar ajuda e Lenia vai embora.

Agora ambas estão apaixonadas pelo Príncipe e vão lutar por ele. Margrethe que descobriu que aquele homem era na verdade o Príncipe e certa de que este a ama, resolve viajar até o Sul para se casar com ele e assim por um fim na Guerra entre Norte e Sul. Enquanto isso no mar, Lenia negocia com a bruxa do mar para conseguir pernas e ir até a superfície e conquistar o Príncipe.


Em meio a estas duas diferentes personagens e seus diferentes pontos de vista o livro constrói uma história envolvente em que a cada capítulo faz o leitor mudar de opinião. Estas duas heroínas estão dispostas a conquistar o Príncipe a todo custo mas ainda sim não se tem esse aspecto de briga, ódio e competitividade. Esse com certeza é o ponto mais alto do livro onde você simplesmente não consegue parar de ler.

Infelizmente pelo menos para mim o final foi ficando cada vez mais desapontador. Não por que eu queria que ele tivesse escolhido a outra, mas por que vai perdendo o ritmo. O livro é muito mais empolgante enquanto as duas estão separadas, cada uma pensando no Príncipe, no amor e na sua vida a partir do dia em que o conheceram. Porém, uma vez que ambas estão no mesmo castelo com o Príncipe é como se todos aqueles sentimentos e opiniões sumissem e a história passa a ser apenas a narrativa dos momentos em que se encontram ou encontram o Príncipe. Essa parte do livro passa apenas a sensação de constrangimento, onde nenhuma das personagens tem ação e menos ainda reação. Talvez seja isso mesmo que a autora queria mostrar, mas definitivamente não era o que eu espera nem o que eu queria do reencontro delas e dele.

Esse final ligeiramente infeliz para mim porém não estraga o meu bom sentimento pelo livro, já que nele encontrei aquela heroína do conto. Continuo amando a Ariel, mas abri um espaço para Lenia levando as duas como duas diferentes personagens, magníficas, mas diferentes.